A doutrina que ensina que o
reinado do Messias ( ungido ou Cristo) será no céu é bem aceita por quase todas as comunidades cristãs.
Só que como essa doutrina não se harmoniza com as doutrinas do antigo
testamento, uma vez que os profetas falaram somente em restauração de Israel, faz-se
necessário uma análise mais apurada dos textos do novo testamento para
confirmar essa doutrina.
Para ficar mais fácil a
assimilação, é importante entender os diferentes aspectos do reinado de Deus. Deus
entregará o governo e o reino do mundo vindouro nas mãos de seu ungido (Messias
ou Cristo) e esse reino durará mil anos.
Mas depois que o Messias vencer todos seus inimigos, o falso profeta, a
besta, satanás e seus anjos e a morte, depois do reinado de mil anos, o Filho
de Deus se sujeitará ao Pai devolvendo aquilo que ele tinha recebido como
autoridade para que Deus seja tudo em todos. I Coríntios 15:24-28 Por
isso é que a descida da Cidade Santa está no capítulo 21, pois enquanto o fim
da morte está nos versos finais do capítulo 20 expresso na expressão figurada
de “a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo” a descida
do trono de Deus está no capítulo seguinte, ou seja, no capítulo 21, há uma
continuação e sequência nas ações. Vale lembrar que quando falamos sobre o fim da
morte aí, não estamos falando da vitória sobre a morte que os servos de Deus
terão por ocasião da ressurreição dos mortos, mas sim falando do fim da morte
de modo geral. Perceba que mesmo após a primeira ressurreição, haverá ainda
mortes, isto é, as nações enganadas morrerão, satanás e seus anjos
morrerão, as pessoas que ressuscitarem
na segunda ressurreição ainda morrerão e por último a própria morte ainda
morrerá.
Quando o trono de Deus descer à
terra, e Deus for reinar pessoalmente, não por intermediários, a terra estará
totalmente limpa. Não haverá mais nenhuma morte, e não haverá mais nenhum
inimigo, pois todos os inimigos foram totalmente eliminados durante o reinado
do Messias. É justamente aqui que o Eterno faz novas todas as coisas. Apocalipse
21-1-4. Essa é a chave para entender bem o assunto: não confundir o Reinado
do Messias (Cristo) de mil anos com o reinado direto e pessoal de Deus que
acontecerá com a descida do trono.
Ao falar sobre o reino do Messias
(Cristo) é importante frisar a importância , algo que todos sabem, mas que não praticam, de levar em conta todo o
contexto das escrituras. As pessoas pegam o texto de Apocalipse 20:4 e
dizem que esse texto está dizendo que o reinado de Cristo e de seus santos será
no céu. Muitos ainda conseguem enxergar a palavra céu no texto.
O reinado de Cristo e de seu povo
pressupõe a presença de súditos, que são as pessoas que dependem da vontade do
rei, afinal quem reina, reina para ou
sobre alguém. Um lugar onde todos são reis não existe. É preciso ter quem governa
e quem é governado.
Se o reinado de Cristo é no céu e
o povo de Deus vai reinar também, quem serão os súditos desse reinado? Quais
pessoas serão governadas pelo povo de Deus? Será que os anjos serão submissos
ao povo de Deus no céu?
Infelizmente a resposta está nas
escrituras, mas como eu disse as pessoas pegam os textos e dão uma
interpretação sem fazer nenhuma conexão com os restantes dos textos. Olha o que
Jesus disse “ao vencedor eu lhe darei autoridade sobre as nações e com cetro
de ferro as regerá e as reduzirão em
pedaços” Apocalipse 2:26,27. E mais: “e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdote e reinarão
sobre a terra” Apocalipse 5:10 O profeta Daniel: O reino, o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do
Altíssimo, o seu reino será reino eterno e todos os domínios o servirão e lhe
obedecerão” Daniel 7:27.
As pessoas estão tão cegas com a
doutrina de um reinado no céu que leem esses textos e dizem que esse reinado
sobre as nações é depois que Cristo reinar um tempo no céu. Nem conseguem perceber que esses textos
apontam para os acontecimentos que seguirão a vinda de Jesus, ou seja, assim que ele
voltar, o domínio e a majestade debaixo de todo o céu é dado ao povo de Deus,
não tem tempo de espera. Não somente esses textos, mas tudo que os profetas
falam sobre o assunto, Isaías 11, Salmos 2:8, principalmente o livro de
Isaías confirmam o reino de Deus na terra.
Um exemplo clássico de falta de
contextualização na interpretação das escrituras é a do arrebatamento dos
santos. I Tessalonicenses 4:16-17. O texto diz que os servos de Deus,
tanto os que estão vivos quanto os que ressuscitarão, encontrarão com o Senhor
nos ares ou nas nuvens. A maioria das pessoas deduz que das nuvens o povo de
Deus vai para onde? A maioria deduz que daí o povo segue uma viagem para além
do espaço sideral para reinar com Cristo lá no céu. E ainda tem alguns que
dizem que a viagem vai demorar 7 dias, misericórdia. Mas veja o que o profeta
Zacarias disse que aconteceria após as nações guerrearem contra Jerusalém e
depois que o terremoto fender o monte das oliveiras. : “então virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos com ele” Zacarias
14:5. Quem são esses Santos que estão chegando em Jerusalém com o Messias?
São justamente os que foram recolhidos dos quatro cantos da terra! As pessoas
leem o texto de Paulo e não liga esse texto ao texto de Zacarias! Veja no
contexto do capítulo que o reinado é sobre Jerusalém terrena mesmo. Versos
9-11.
O que o profeta Zacarias fala
nesse texto lança luz sobre duas verdades do Apocalipse Zacarias 14:12,16-18.
Primeiro, das nações que guerrearem contra Israel, Deus vai deixar um resto. E
é justamente esse povo que será governado e súdito dos servos de Deus no reino.
Também, é por causa dessas nações que satanás será preso, isto é, para que elas
não sejam enganadas por satanás durante os mil anos. Apocalipse 20:1-3. Segundo, são justamente essas nações que,
após os mil anos, darão ouvidos a satanás e tentarão cercar a cidade de
Jerusalém. Apocalipse 20:8,9. As
pessoas que, sob a liderança de Satanás, tentam invadir a cidade querida, não
serão as pessoas que ressuscitarão na segunda ressurreição, pois esse acontecimento
só acontece depois que Deus descer fogo e enxofre do céu e matar o inimigo com
as nações rebeldes, ou seja, a segunda ressurreição acontece após a morte do
inimigo e das nações rebeldes nos versos 11 e 12 do cap. 20, os acontecimentos
se passam em uma sequência.
Perceba que os conflitos se
desenrolam em torno da velha e amada Jerusalém. Essa cidade é a base de Governo
do Messias onde se encontrará seu trono, o trono de Davi “Jerusalém, que está construída como cidade compacta, para onde sobem as
tribos...Lá estão os tronos de justiça, os tronos
da casa de Davi” Salmos 122:3-5 Alguém profetizou isso quando o
Messias nasceu: “ O Senhor lhe dará o
trono de Davi, seu pai” Lucas 1:32. Por isso que Jesus disse que não
poderíamos jurar pela cidade do grande Rei. Mateus 5:35. E por isso, também,
é que disse que a paz pertence a Jerusalém Lucas 19:42.
Já da cidade celestial, por outro
lado, é nos dito que é a base do Governo de Deus, o trono do Pai está lá. Jesus deixou bem claro isso quando disse que
do mesmo modo que ele venceu e sentou no trono de seu Pai, no céu, os servos de
Deus que vencerem sentarão em seu trono, na terra. Logo, o trono do Pai é um,
na Jerusalém celestial, o trono do Filho é outro, na Jerusalém terrestre. Apocalipse
3:21. Claro que com a descida da cidade Santa os dois tronos ficarão
juntos, mas isso é outra coisa.
Entendemos restauração de Israel
como um governo instaurado em Jerusalém, no trono de Davi, cujo Rei é o Messias
(Ungido) de Deus. Acredita-se que esse Rei expandirá seu governo teocrático sobre
toda a terra e trará a paz e a harmonia entre os povos. Para se ter ideia da
importância dessa doutrina para um israelita é só você perceber qual era a
preocupação do discípulo ao contemplar o Senhor ascender aos céus nas nuvens: “Senhor, quando será que Israel será restaurado? Atos 1:6. A preocupação não era “
quando vamos morar no céu?
Desse modo, fica evidente que um
Governo teocrático na terra sob a liderança do Grande Messias de Deus é uma das
doutrinas mais espetaculares da Bíblia. Quantos não sonharam com esse dia! Porém,
o maldito do inimigo misturou tanto a sã doutrina que a verdade é tida por
mentira e a mentira, por verdade. Dizer que o reino não será no céu hoje é
motivo de espanto e rejeição. Querem aquilo que Deus não destinou para eles “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” Salmos 115:16.
Querido irmão, ainda há tempo de voltar a fé que nossos antepassados
espirituais, os profetas, nos deixaram e fugir dos dogmas humanos.
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